Cultura Cigana

4 leis da espiritualidade da Índia

A cultura indiana sempre me fascinou pela diversidade da sua comida, cores vibrantes, pinturas e, principalmente, pela filosofia relacionada à espiritualidade. Muitos dos ensinamentos transmitidos às crianças sobre a vida, a morte e o amor estão alinhados com as minhas crenças pessoais. Entre esses ensinamentos, destacam-se quatro leis principais da espiritualidade.

 

“A pessoa que vem é a pessoa certa”

Nenhuma pessoa entra nas nossas vidas por acaso. Todas as interações que temos possuem potencial para nos ensinar algo e contribuir para o nosso desenvolvimento em diversas situações. Esta lei aborda as conexões entre pessoas, seja com o próximo ou com qualquer outra forma de vida. Vivemos sobre uma lei que valoriza o amor. Somos seres compostos de sentimentos e feitos para interagir. Ao reconhecermos a importância e o valor de cada conexão que estabelecemos com os outros, percebemos melhor as lições que cada um pode nos ensinar.

A diversidade da criação é vasta, e todos os seres possuem uma característica distinta que pode ser percebida de maneiras diferentes. Algumas características manifestam-se apenas pela presença dos seres, enquanto outras são reveladas pela convivência. Independentemente de serem temporárias ou permanentes, todas as conexões proporcionam aprendizagens para aqueles que observam e estão atentos.

Reconhecer que cada indivíduo que encontramos é uma conexão pertinente facilita até mesmo as interações mais desafiadoras. A disposição para encarar as dificuldades como oportunidades de aprendizagem alivia o peso das situações adversas e fortalece a paciência necessária para lidar com cada pessoa de acordo com as suas particularidades.

Esta citação se aplica a todos os tipos de relacionamento, não apenas os conjugais. Quando uma pessoa entra na nossa vida, assim como entramos na vida de alguém, há uma intenção maior, uma aprendizagem ou um ensinamento envolvido. Essa ideia se confirma ao lembrar dos ciclos de relacionamentos que, assim como começaram, terminaram de forma inesperada, muitas vezes sem um motivo claro.

 

“Aconteceu a única coisa que poderia ter acontecido”

Tudo o que acontece nas nossas vidas ocorre como resultado de uma série de eventos e escolhas. Não existem “se eu tivesse feito tal coisa”. O que ocorreu foi o resultado das circunstâncias e serve como experiência para seguirmos em frente. Todas as situações pelas quais passamos têm o seu valor e podem nos ensinar algo.

Esta lei aborda a aceitação como um princípio fundamental. Aceitar tudo que ocorreu e ocorre na nossa vida, independentemente da natureza dos eventos. É necessário reconhecer tanto os aspetos positivos quanto os negativos, as vitórias quanto os fracassos, os sonhos realizados quanto aqueles frustrados. Ao aceitar as circunstâncias como são, evitamos o apego e libertamo-nos do peso das lamentações, mágoas, justificativas ou arrependimentos sobre o que poderia ter sido, possibilitando assim seguir adiante e aproveitar as novas oportunidades que a vida oferece.

A principal motivação para a aceitação reside na compreensão de que a lei que governa a vida é intrinsecamente perfeita. Consequentemente, tudo o que ocorre também é perfeito e atende plenamente às necessidades reais e profundas da nossa alma. Essas necessidades muitas vezes são desconhecidas para nós, devido à nossa limitada perceção espiritual. No entanto, se pudéssemos aceder a uma visão abrangente das nossas trajetórias espirituais ao longo do tempo, compreenderíamos claramente as razões pelas quais determinados eventos ocorrem nas nossas vidas. Com o tempo, a aceitação transforma-se em gratidão. Gratidão significativa pelas circunstâncias como elas são, permitindo-nos aprimorar as nossas qualidades para a própria evolução.

Tudo está adequado na sua vida e no universo. Está no ambiente apropriado, rodeado pelas pessoas necessárias naquele momento, e experimentando as dores e alegrias necessárias. Todas as situações devem ser consideradas como fontes de aprendizagem para o presente e futuro. Dores são inevitáveis, mas cabe a cada indivíduo transformar essa experiência na mais enriquecedora possível, em termos de força, aprendizagem e autoconhecimento.

 

“Toda a vez que iniciar é o momento certo”

Os eventos ocorrem no momento apropriado, não antes nem depois. Quando estamos preparados para iniciar uma nova fase nas nossas vidas, as circunstâncias alinham-se para que isso aconteça. Esta lei aborda a eternidade e a vida espiritual. Se a vida espiritual não fosse eterna, esta lei perderia o seu sentido, pois quando um ser estivesse próximo do fim, haveria muitas situações para as quais não seria o momento certo de iniciar. Principalmente projetos de desenvolvimento interior, uma vez que, no caso de projetos materiais, se alguém começar algo na última semana de vida e outros puderem dar continuidade, ainda assim terá sido benéfico para quem herdar o projeto.

No entanto, seria mais prudente refletir sobre a situação de um indivíduo nos seus últimos dias de vida que decide iniciar estudos em medicina. Considerando que o tempo restante é limitado e os esforços aplicados inevitavelmente serão interrompidos, tal decisão poderia ser vista como uma alocação ineficaz de recursos. Em vez disso, talvez fosse mais sensato utilizar esse período final em atividades que proporcionem satisfação pessoal e prazer.

Quando se possui uma compreensão profunda da eternidade da vida espiritual, mesmo diante da perspetiva da morte, é possível iniciar qualquer projeto com a confiança de que todos os conhecimentos adquiridos serão levados consigo, independentemente do tempo material disponível para isso. Na eternidade, nada se perde.

Tenha a certeza de que, ao dar o primeiro passo, esse foi o momento adequado. Caso tenha adiado várias vezes para iniciar, é porque ainda não era o momento mais oportuno. Possivelmente, não estava preparado, não enfrentaria as situações necessárias, ou por diversos outros motivos. Portanto, liberte-se dos "e se" e compreenda que, conforme a lei sugere, tudo está perfeito como está.

 

“Quando algo termina, é o momento de terminar”

De maneira objetiva, quando algo chega ao fim nas nossas vidas, é um indicativo da nossa evolução pessoal. Portanto, é aconselhável seguir em frente e enriquecer-se com as experiências adquiridas. Esta lei aborda a importância do desapego. É necessário aprender a deixar o passado para trás e olhar para o futuro com esperança, sempre atento às novas possibilidades que surgem constantemente. Muitas vezes, somos apegados a várias coisas, tanto boas quanto negativas.

Tendemos a nos apegar ao que era bom e que perdemos por algum motivo, assim como ao que aconteceu de negativo. Mesmo após terem passado, demonstramos apego quando lamentamos eventos passados, lembramos de sofrimentos ou culpamos o passado pelo presente. Essas atitudes são formas de apego.

Essa lei é frequentemente discutida, mas a sua execução apresenta desafios consideráveis. É amplamente reconhecido que superar os traumas de determinados eventos nas nossas vidas pode ser extremamente difícil. A magnitude dos acontecimentos, por vezes, é tão significativa que exige um alto grau de desenvolvimento pessoal para se desprender dessas experiências. No entanto, o progresso contínuo é essencial.

A nossa existência é marcada por ciclos que começam e terminam. Nem sempre estamos preparados para o encerramento de um ciclo, seja ele relacionado a um relacionamento, um emprego ou até mesmo a uma perda. Contudo, resistir às mudanças naturais da vida é ineficaz. Ela possui sabedoria própria e, no momento oportuno, revelará as razões para cada encerramento.

E vocês também entendem estas leis desta forma?

 

 

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