Ao nascer, a criança traz dentro de si a sua essência divina, e toda a herança genética da sua família. Desta forma, a criança está preparada para enfrentar o mundo, repleto de oportunidades e dificuldades, onde ela terá possibilidades de exercitar os seus talentos. O seu primeiro contacto com esta realidade se dá através da relação com os seus pais e familiares, que desempenham o papel de condutores da criança. A sua aprendizagem se dá através da imitação dos comportamentos e exemplos que a criança recebe dessa família. O mundo da criança é um mundo de fantasia, sendo que para ela a sua imaginação é a sua realidade. Isto é natural, e é muito importante que ela possa viver este estado de verdadeira liberdade. A saúde mental da criança está ancorada na possibilidade de ela poder experimentar este estado, onde tem livre acesso ao inconsciente coletivo, que é de onde se acede toda a força curativa e criativa do universo.
No início da infância, a aprendizagem ocorre primeiramente através da vontade, que está centrada no nosso corpo na parte abdominal, denominado também como o chakra do Plexus Solar. Trata-se de uma energia instintiva, que não é comandada pela inteligência, mas pôr forças naturais, e visa à conservação da vida e continuidade da espécie. O sentir, localizado na região do tórax, representa uma posição mediadora, onde a criança avalia o mundo através dos sentimentos. Já o pensar, encontra-se na cabeça, onde se concentra o sistema neurossensorial e o cerne do sistema nervoso central. Todos os seres humanos somos uma imagem desta divisão, que tem a qualidade de se interpenetrarem. Crianças ou adultos, estamos constantemente transitando entre estes estados, acedendo a estas forças, dependendo da nossa história de vida e do nosso grau de consciência. É através do comportamento que estas forças se manifestam, e serão mais ou menos mobilizadas dependendo do momento de vida de cada um.
O mundo externo é o grande mobilizador destas forças, e a família é o primeiro modelo com que a criança se depara ao longo do seu desenvolvimento. É a partir desta relação, que ela entra em contacto com estas emoções, e recebe as primeiras orientações de como lidar com elas. A criança recebe informações do que é certo ou errado, do que deve ou não fazer, e é através desta ótica que ela vai construir o seu mundo interior. Com essas crenças que se misturam com a sua verdade divina, ela passa a experienciar o mundo e a criar os seus próprios valores. Quando a criança ou o adulto chegam a um momento da sua vida, o despertar da criança interior visa assegurar-lhes, que neste encontro as suas fantasias e desejos mais profundos poderão ser vividos com segurança.
Através do Reiki, Xamanismo e de técnicas de cura holísticas, esta relação se torna possível, e se dá através do coração, não do pensar, pois o encontro com as verdadeiras emoções, é feito a partir do sentir, possibilitando ao indivíduo a reintegração com a sua própria essência. No nosso processo de desenvolvimento, assim como temos padrões físicos de desenvolvimento herdados, a nível psicológico, também temos como herança padrões psíquicos herdados, os arquétipos, que pertencem ao nosso inconsciente coletivo. O arquétipo do curador encontra-se repousando nesse inconsciente, e quando mobilizado, traz as possibilidades de a pessoa viver a outra polaridade da doença, isto é, a saúde. Este processo de consciência, que é o caminho da individuação, é que o reconduzirá à tranquilidade interior, o seu centro organizador.
O trabalho terapêutico se propõe a despertar no outro o seu próprio curador interno, o arquétipo do curador, que quando mobilizado leva o indivíduo ao encontro da sua própria força curativa e divina. Nós terapeutas, somos facilitadores destes processos, pois cada ser humano sabe da sua própria força. O que pode estar a ocorrer é que muitas vezes este conhecimento está inconsciente, em função da história de vida de cada um. Acolher, sustentar e ter compaixão são o alicerce para este desabrochar. Este processo é muito bonito e basta estarmos presentes e conscientes que esse desabrochar ocorrerá.
O contacto paterno e a importância dos pais como figuras paternas no desenvolvimento psíquico corpo-mente dos filhos.
O que desejo transmissor que muitas vezes, para os pais tem a dificuldade de expressar sentimentos e carinho, devido aos antigos tabus ainda presentes na nossa sociedade, do tipo "menino não chora" ou "não brinca às casinhas". É interessante notar que a maioria dos artigos sobre criança, ou gestação, o enfoque se volta mais para a figura materna do que a paterna, porém este é também de extrema importância e crucial para o desenvolvimento da criança. Salienta-se, aqui, que figura paterna ou materna, não se refere somente aos pais biológicos. Mas sim, aquelas pessoas que cuidam da criança, que possuem um grande vínculo afetivo, convivem com esta e não necessariamente precisam estar a morar sob o mesmo teto.
A nossa cultura patriarcal determina que o homem é um ser que precisa ser autossuficiente, até porque não faz muito tempo atrás ele era o único provedor do lar, era realmente o chefe da casa, e isso estendia-se pela sua vida. Os papéis vividos pelas pessoas eram muito rígidos, a esposa era realmente a "esposa", aquela que servia ao seu marido, se voltava aos afazeres domésticos, costurava, rendava, aprendia piano para tocar para a família e nem mesmo podia votar. Estes arquétipos estão tão arraigados nas nossas mentes, que mesmo com toda a revolução que houve, libertação sexual e da mulher, muita coisa ainda não é fácil de mudar, além do que não podemos nos esquecer que estamos inseridos numa cultura e num meio onde existem convenções e "conveniências" sociais. Não se que dizer aqui que as coisas devam ser mudadas ou não. O importante é a consciência de nós mesmos e do nosso "universo". Como o assunto aqui se refere aos pais, gostaria de voltar ao objetivo do texto, que é falar sobre o comportamento paterno em relação aos filhos e em como tudo isso que foi dito anteriormente influencia o comportamento dos mesmos.
Como todos já devemos saber, carinho demais não é mimo, ou não dar limites à criança, ser permissivo demais, e sufocar a criança fazendo com que ela não se torne um ser independente, pois assim, sim, essa se tornará um adulto frágil. E um adulto assim será uma pessoa que terá grandes dificuldades de enfrentar as vicissitudes da vida. O contacto corporal faz com que a criança comece a ter noção, consciência do seu próprio corpo, e, portanto, o seu próprio eu, se localizando no espaço e no tempo, construindo a sua própria identidade. Além do que esta troca de contacto saudável entre filhos e pais fará com que no futuro este ser se torne um adulto muito mais equilibrado. Existem muitos homens (pais) que têm muita dificuldade em expressar sentimentos, em afagar os filhos, pois já não tiveram esse contacto com os pais, ou muitas vezes eles até se permitem acariciar a filha, mas o filho não, temendo que este fique efeminado, porque estes próprios pais aprenderam que para ser homem tem que ser autossuficiente e esconder-se numa máscara de "durão", para não mostrar para o mundo e para si mesmo que dentro de si próprio há uma criança vulnerável e carente.
A dica aqui dada a esses pais é que eles possam resgatar esta criança interior que tanto precisa de "alimento" através do contacto com os seus próprios filhos, brincando com as bonecas, jogar à bola, contando uma história, trocando uma fralda, dando o biberão, embalando, cantando e acariciando. No começo parecerá um pouco difícil ao pai se soltar, mas com o tempo este vai acostumar e vai até gostar muito, pois dando atenção e carinho para os seus filhos, irá resgatar muitas coisas que não teve na infância, como também os seus filhos no futuro terão maior probabilidade de serem ótimos pais. E se um dia, estes mesmos pais, e mães também virem os seus filhos homens brincando um pouco com as bonecas, não se preocupe além da conta, pois um dia ele provavelmente será um pai de verdade e isto de maneira alguma irá afetá-lo na sua sexualidade, e assim que passar essa fase ele logo se interessará por brincar com carrinhos, monstrinhos, super-heróis.
Ao saber lidar com o seu "feminino", o homem aprende muito mais a lidar com a sua sexualidade, porque se torna um homem mais inteiro, que sabe realmente o que é ser homem. Sabe que para ser homem não precisa fazer pose de "machão". Como este é um assunto muitas vezes delicado, se houver interesse em despertar esse seu lado mais interior, a procura pelas terapias holísticas como o Reiki, o despertar da criança interior ou a yoga, permitem aceder conscientemente a essa energia.