Oyá Iansã é uma Orichá fundamental na cultura Iorubá (Santeria), reconhecida como um dos cinco elementos mais importantes da vida: o Ar. Ela é a secretária pessoal de Olofi (Deus supremo), o que a torna a primeira a saber de tudo o que acontece no mundo.
I. Natureza e Dualidade
Oyá é a personificação do vento e da mudança, exibindo uma natureza dual:
-
Aspeto Benevolente (Doçura): É descrita como doce, pura, amável e bondosa. É a protetora e cuidadora dos doentes, a quem se pode pedir saúde e vida longa.
-
Aspeto Guerreiro (Fúria): Quando está brava, manifesta a força destrutiva de um furacão ou tornado. Nesta fúria, detém os atributos de Oggún e Changó.
-
A Senhora dos Mortos: É a Orichá que governa o cemitério e o universo dos Eguns (espíritos dos mortos). É por isso que uma filha de Oyá é procurada para dançar no tambor durante as cerimónias fúnebres, pois ela é "a morta em pessoa".
II. Rituais e Preparação de Iniciação (Jawo)
Antes de um iniciado (Jawo) fazer santo (ser coroado com Oyá), deve passar por rituais específicos nos nove dias anteriores à cerimónia:
-
Nove Visitas ao Cemitério: O iniciado deve ir nove vezes ao cemitério e, em frente a uma campa (túmulo), limpar o local com flores de diversas cores.
-
Oferenda (Addimú) a Oyá: Deve-se dar de comer a Oyá numa praça com duas galinhas pretas e, adicionalmente, num poço.
III. Relações Mitológicas e Conjugais
Oyá possui laços complexos e poderosos com outras divindades:
-
Paternidade: Foi filha de Olokun e criada por Yemanjá.
-
Amores: Foi casada com Oggún, mas abandonou-o por amor a Changó, que é o "amor da sua vida".
-
Ensinamentos: Ensinou Obá a guerrear.
IV. Atributos e Ferramentas
As ferramentas de Oyá refletem o seu domínio sobre a guerra, o campo e a morte:
