Yewá é conhecida como a Donzela, simbolizando a virgindade e a pureza em todas as esferas da vida, não apenas na mulher, mas também no homem e em tudo o que é puro.
I. A Queda da Pureza e a Desilusão de Olofi
Yewá era a filha mais amada e o orgulho de Olofi. A sua castidade e beleza eram constantemente elogiadas por Olofi a Yembó (um caminho de Oddua e mãe de Yewá).
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A Tentação de Changó: Echú (Exu), ao ouvir os elogios de Olofi, incitou Changó (Xangô) a conquistar a donzela, apelando ao seu orgulho e machismo.
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O Pecado do Olhar: Changó foi aos jardins de Olofi, e Yewá, ao vê-lo, não resistiu à tentação de olhar. Embora não tenha respondido ao galanteio, ela pecou porque olhou e gostou do que viu (amor à primeira vista).
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O Pedido de Exílio: Changó saiu triunfante, e Echú contou a Olofi. Yewá, entristecida, confessou ao Pai: "Pai hoje eu pequei e quero que me mande para um lugar de onde ninguém me veja nunca mais."
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A Desilusão de Olofi: Este evento, narrado no oddun 10-4, levou Olofi a perceber que nada é perfeito na vida e que o ser humano, por mais que se cuide, sempre irá pecar e faltar às Suas leis.
II. O Reino da Morte (Ilé Ocu)
Atendendo ao pedido da filha, Olofi enviou Yewá para Ilé Ocu (Casa dos Mortos), onde ela passou a reinar:
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Rainha do Cemitério: Yewá é a divindade que recebe os mortos no cemitério.
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Co-regência Espiritual: Ela trabalha com Oyá, que é a divindade que leva os mortos para a sua casa (o reino dos Eguns).
III. Implicações Rituais
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Iniciação de Risco: Yewá é um Orichá que pode ser coroado na cabeça de um crente, tal como Oxum e Yemanjá. No entanto, é necessário um conhecimento e um cumprimento rigoroso de todos os requisitos rituais.
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Perigo Extremo: O texto alerta que, se houver um erro no ritual de iniciação de Yewá, isso pode causar a morte de quem o faz (o santero) e também do iniciado.
