Itutu, os Egguns

Itutu, os Egguns

OS EGGUNS

É muito curioso observar como diferentes religiões tratam o tema de “Iku”, a morte. A grande influência da Europa, África, Asia e América tiveram sobre o domínio Judaico-Cristão, que ensina que a morte é o fim e uma grande tragédia. Essas sociedades impõem lutos e muitas superstições para lidar com o familiar falecido, deixando aos vivos uma grande parte da culpa, pois em vida, negligenciamos os seus desejos e pedidos.

Não é uma crítica que expomos, mas sim, a forma que os pensamentos são colocados após a perda de alguém próximo de nós. Hoje vamos analisar este tema do ponto de vista evolutivo, espiritual e da harmonia com os Orichas. Começo por pensar que existem outros mundos no universo, além da terra, e da forma como vemos as pessoas fisicamente. Existimos como a verdadeira essência que realmente somos EMI (espíritos) e OLODUMARÉ (Deus criador) com a sua benevolência dá a oportunidade de regressar a terra para poder evoluir mais na perfeição espiritual.

Quando nos é dado a oportunidade de reencarnação e na possibilidade de aperfeiçoar a nossa essência, entanto, compreendemos por que morremos faz parte da necessidade de voltar a viver para uma nova reencarnação e evolução. Quando falamos da morte e do luto, muitas vezes falamos de Chango que tem medo da morte, no entanto, isso não é verdade, pois, Chango não gosta do sofrimento e luto que as pessoas fazem num funeral. Chango gosta de festa, riso, gargalhadas e bom divertimento, pois assim se deve viver a vida de todas as pessoas que vieram a este mundo. Agora vamos explicar que não devemos sentir mal pela perda de um familiar, e muito menos pela superstição do céu e do inferno Judaico-Cristão, pois quando um familiar parte deve pensar da seguinte forma.

Reconhecemos que acabou o seu sofrimento na terra e muitas das lutas que travou, reconhecemos que terminou mais uma etapa da sua vida terrena, nesta “Ara”, ou seja, a terra. Reconhecemos que regressou a sua verdadeira casa de onde veio para aperfeiçoar-se. É verdade, meus irmãos não sofram pela perda dessa pessoa, pois agora regressou a “Ara Onu”, o céu, e vai ser recebido pelos “Emi”, que representam os espíritos ancestrais. Agora, sim, agradecemos e faz uma festa de despedida com alegria e gargalhadas, pois deixou de sofrer as torturas e sofrimento humano, das doenças e guerras, da falsidade e desgraças.

Essa é a verdade, agora deixou de ser traído pelas pessoas próximas, pela família, ingratidão de filhos e amigos, da miséria que a sua vida estava e ainda do sofrimento interno que passou nestes últimos anos, desgraça, foi quem ficou, pois, nós os “vivos” somos dignos da desgraça e das provações da sociedade e do mundo, e somos os vivos que muitas vezes tem de aguentar muitas vezes sozinho as provas da vida. Muitas vezes assumimos que o perdão deve ser feito a todos aqueles que nos fazem mal, isso, sim, é uma verdadeira prova de fogo.

Eu não guardo luto pelos mortos, imposto pela ignorância e superstição das religiões e das pessoas. Eu luto pelos vivos, porque a maioria carece de bom senso, guardam rancores e ódios contra todos aqueles que não pensam como eles, falta sinceridade as pessoas, aos casais e família e não vejo soluções para a maioria dos problemas da raça humana. Muitas pessoas andam demasiadas ocupadas vivendo a vida dos outros, falando e denegrindo pelas palavras, ferindo e destruindo, mas são eles que tem demasiados problemas para resolver e devem tratar de limpar a “porcaria” que tem andado a fazer.

Todos nós já acedemos a sabedoria de muitas formas e por pessoas muito sábias, mas cuja sabedoria somente chegou a uma minoria que a coloca em prática, e como tem sucesso, depois são cobiçados pelas demais pessoas. Neste momento a moda é a ignorância geral, os cordeiros, os medrosos e todos aqueles que se aproveitam da desgraça dos outros. Para terminar penso que a única solução para todos os problemas da humanidade, seria todos terem de morrer, e aí Olodumare escolhem-se as pessoas mais capazes e cheios de compreensão para regressar a “Ara”, terra, para começar tudo de novo. Como diz o antigo ditado iorubá:

O homem sábio não se presume sábio.

O homem que presume ser sábio, não o é.

O homem que na realidade é sábio não demonstra o que é.

 

 

Morada

Rua do Xisto, n.º 150 . 4475-509 Maia . Portugal
Tel: 913 089 277 (Chamada para rede móvel nacional)
Email: Este endereço de email está protegido contra piratas. Necessita ativar o JavaScript para o visualizar.

Horário: De 2.º a Sábado das 10:00h às 19:30h

Livro de Reclamações